Essa página é para mostrar um pouco desse homem admirável. Um ser HUMANO cheio de defeitos mas com qualidades enormes. Uma de suas qualidades é a comunicação com seus pares, sabendo atrair atenção e simpatia de quem o conhece. Sabendo desse “dom”, ele parte rumo a faculdade de Letras Vernáculas, depois de passar mais de 30 anos trabalhando em multinacionais do ramo de químicos/petroleiros para sustentar sua família. Na universidade aprimora seus conhecimentos que eram vastos pois tinha hábito de ler vários livros, conversar com entendedores, praticar seu senso crítico e fome de aprender. Sua vida pessoal teve muito altos e baixos e com isso, a necessidade de colocar no papel algo que, às vezes, não tinha possibilidade de verbalizar. Antônio da Costa Argôlo Filho, Toinho ou simplesmente Gordo, era conhecido pela sua inteligência, seu bom humor e pela colocação das palavras certas nas horas exatas. Chamo-me Aymoré, Kinho ou como ele carinhosamente me chamava de Kidsan, tenho propriedade em afirmar tudo isso porque fui seu amigo, às vezes, confidente e principalmente um de seus eternos Filhos de sangue. Infelizmente ele nos deixou, por isso, a necessidade de apresentar essa página com um pouco do que foi MEU PAI!
Encravada num pequeno vale, por onde se esgueira um rio sujo e estéril, a localidade de Massanju sofre seus estertores. As duas serras que formam o vale sufocam as brisas...
Conseguira notar particularidades interessantes naquele trajeto, com pouco tempo, até aprendera a gostar deles. Restos pouco cuidados da arquitetura do século passado...
Zeca Balacho era o típico mendigo. Minto, era um mendigo atípico.Primeiro porque não pedia um cominho a ninguém, vivia às suas expensas, com o fruto de suas atividades…
Os olhos de ocaso prematuro percorriam o teto de telha vã do único cômodo da casa. As réstias de luz solar que entravam pelos espaços das telhas mal acomodadas ingeriram nos pensamento...
– Trim, trim, trim…. – Axé! – Ham! De onde falam por favor? – Ebó Delivery a seu dispor! – Eer…bem…me informaram que vocês enviam ebós por encomenda…
Passos cambaleante, ombros curvados e a cabeça baixa traduziam seu estado de espírito. Andava a esmo, sem propósito, sem destino, sem direção. Instintivamente buscava os cantos menos iluminados...
A saudade é uma coisa que anda comigo 24 horas por dia. Não sinto pelo pai que me deu tudo de bom e do melhor e sim, do meu melhor amigo, das nossas conversas e de como ele me colocava pra cima toda vez que me abatia. Te procuro e sempre vou te procurar até te encontrar viu? Você foi, é e sempre será o homem da minha vida!Te amo muito meu Pai!
Muito difícil pensar em meu pai como se ele não estivesse aqui. Escrever o que ele FOI me dilacera de uma forma que chego a um ponto de ter que sair de cena e por um bom tempo não voltar. Nossa relação foi tão forte e substancial que não permito passar um dia sequer sem que o consulte e relacionar todos elementos da natureza ao meu alcance aos seus ensinamentos, carinho, ternura... Ele para mim é eterno, a sua ausência me mata aos poucos, mas sigo em meu mundo reduzido. Me chamava de Bê...E por último me chamava de Macanudo... E eu sempre vou chamá-lo de MEU.
Ainda não teve condições de escrever.